Métodos Espaciais para a Sustentabilidade Urbana (Spatial Methods for Urban Sustainability) em relação à População em Situação de Rua (SMUS-PopRua) 

O SMUS-PopRua brotou do diálogo institucional do NEPSESTE com o Global Center of Spatial Methods for Urban Sustainability (SMUS), que Fraya Frehse coordena na Universidade de São Paulo desde a sua criação, em 2020. Seu objetivo é fomentar tanto pesquisas científicas quanto políticas públicas relativas à população em situação de rua (PopRua) com base na aplicação de métodos espaciais em prol da compreensão das espacialidades cotidianas do morar nas ruas. 

Espacialidades cotidianas dizem respeito aos arranjos diários que homens, mulheres e crianças fazem corporalmente das ruas e praças onde moram, ao mesmo tempo em que atribuem significados à sua convivência com pessoas, instituições e objetos, com animais e plantas ali (Frehse, 2022). 

O SMUS-PopRua assume os dois seguintes conjuntos de técnicas investigativas como caixa de ferramentas de métodos espaciais:

• Observação etnográfica das espacialidades cotidianas: uso de observação direta e participante, e entrevistas em movimento (go-along interviews), no âmbito de uma busca epistemológica constante por tornar familiar o que é estranho e, ao mesmo tempo, tornar estranho o que é familiar, no que se refere às espacialidades cotidianas do morar nas ruas;
• Técnicas de visualização das espacialidades cotidianas: mapeamento de espacialidades por meio de desenhos, de fotografia, de vídeos etc.

Histórico  

Desenvolvidos no âmbito do projeto-piloto de pesquisa e extensão universitária intitulado "Spatial Methods in Action: The Everyday Spatialities of Homelessness for Urban Sustainability", que Fraya Frehse coordenou em conjunto com Ignacio Castillo Ulloa no âmbito do GCSMUS, entre setembro de 2020 e abril de 2022, os métodos espaciais compreendem dois conjuntos de técnicas de pesquisa qualitativa que visam identificar as espacialidades cotidianas do morar nas ruas da cidade de São Paulo durante a pandemia de Covid-19. 

A implementação prática do projeto previu a montagem de uma equipe interdisciplinar de estudantes de pós-graduação dedicados a pesquisas e/ou atuação profissional com PopRua em São Paulo. Sob a orientação de Fraya Frehse e com fomento do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD-exceed), tal equipe primeiramente (entre novembro de 2020 e janeiro de 2021) aprendeu a usar a caixa de ferramentas de métodos espaciais no âmbito do curso de capacitação "Coleta de Dados + Métodos Espaciais", a fim de desenvolver uma pesquisa científica para o GCSMUS acerca das espacialidades cotidianas do morar nas ruas de São Paulo durante a pandemia de Covid-19. Num segundo momento (novembro e dezembro de 2021), esse mesmo time ensinou tais métodos espaciais a agentes da prática profissional dedicada à PopRua, no âmbito de um segundo curso de capacitação, intitulado "Métodos Espaciais na Prática Profissional com População em Situação de Rua (PopRua)". 

Foi das afinidades investigativas que brotaram no ínterim entre a orientadora e as/os membros da equipe que nasceu o SMUS-PopRua.